Trata-se de uma intervenção no núcleo antigo de Câmara de Lobos, uma pequena cidade piscatória do sul da ilha. É um projeto de renovação urbana, composto por um conjunto de quatro edifícios, uma praça e acessos pedonais até ao mar. O projeto fez-se a partir do Largo da República e estendeu-se a vários edifícios à sua volta. A zona era um conjunto caótico de construções degradadas, acessos difíceis com problemas de tráfego e de estacionamento.
A proposta abrangeu a igreja matriz e a área adjacente, onde as edificações foram reorganizados à volta de um largo amplo, sem circulação rodoviária, aberto ao horizonte e ao perfil das encostas e montanhas que descem até ao mar. Os novos acessos acedem à praia, ligam-se com os caminhos pedonais existentes, e criam novas possibilidades de circulação.
A arquitetura dos novos edifícios é de continuidade com a volumetria, com a organização urbana do local e com cores e materiais existentes, mas é distinta na linguagem formal dos edifícios e na abordagem ao espaço público, que se apresenta sem mimetismos e sem qualquer nostalgia.